Aug 16, 2023
Pele em Desenvolvimento
Os sistemas robóticos há muito que são desafiados pela falta de capacidades de detecção comparáveis às dos dedos humanos. Embora os robôs tenham um controle superior sobre sua posição e força, eles têm dificuldades quando
Os sistemas robóticos há muito que são desafiados pela falta de capacidades de detecção comparáveis às dos dedos humanos. Embora os robôs tenham um controle superior sobre sua posição e força, eles têm dificuldade na transição da manobra de objetos pesados para objetos delicados. Os humanos, por outro lado, possuem a capacidade de se adaptar perfeitamente a diferentes objetos, graças à extrema sensibilidade dos seus receptores táteis e à alta densidade de terminações nervosas na sua pele.
Num desenvolvimento inovador, os investigadores criaram um processo para fornecer aos sistemas robóticos uma superfície semelhante a uma pele, capaz de formas arbitrárias e detecção de pressão. A pele do sensor altamente flexível pode aderir a várias superfícies, incluindo dedos. Este salto na tecnologia de sensores aborda um obstáculo significativo enfrentado pelos robôs para alcançar a destreza do toque humano.
Os investigadores Sonja Groß e Diego Hidalgo apresentaram o seu trabalho inovador na ICRA Robotics Conference, em Londres. Eles desenvolveram um processo em que uma pasta preta condutora é injetada no silicone líquido e, à medida que o silicone endurece, a pasta permanece líquida, encerrada na estrutura do silicone. Isto permite que o sensor detecte alterações na pressão à medida que a estrutura de silicone é deformada.
O processo envolve um software que projeta a estrutura do sensor, que é então fabricada em uma impressora 3D. Os sensores são versáteis, capazes de serem acoplados a praticamente qualquer objeto, o que os torna úteis em robótica e próteses. Quando os sensores são pressionados ou esticados, sua resistência elétrica muda, fornecendo informações sobre níveis de pressão ou estiramento. Este princípio permite a compreensão das interações dos objetos e o controle de mãos artificiais.
Utilizando eletrônicos impressos e materiais flexíveis, os pesquisadores alcançaram sensores de toque suave com designs de fácil produção. Ao injetar uma pasta preta condutora no silicone líquido, eles criaram um sensor no qual a resistência muda com as forças compressivas exercidas no líquido interno devido a deformações na estrutura do silicone. Os pesquisadores demonstraram a impressão direta de sensores em superfícies flexíveis.
A importância futura de tais tecnologias reside em permitir que os robôs interajam com os humanos de uma forma mais segura e consciente. Embora os sistemas visuais e de áudio existentes permitam aos robôs navegar e perceber o que os rodeia, o toque é uma entrada sensorial crucial. Sem sensores de toque, os robôs não teriam a capacidade de medir com precisão a força que exercem sobre objetos e pessoas, podendo levar a acidentes ou itens danificados. A incorporação de sensores de toque em robôs não apenas lhes concede controle sobre sua força, mas também melhora sua comunicação não-verbal e habilidades de reconhecimento de objetos.
O desenvolvimento de sensores semelhantes à pele, com formas arbitrárias e detecção de pressão, aproxima os robôs de imitar a destreza e a sensibilidade do toque humano, abrindo novas possibilidades de interação e colaboração entre humanos e robôs.